Alerta Gripe: Pato Branco registra baixa vacinação e aumento de casos graves em crianças

Circulação do Influenza B e aumento de óbitos em crianças acendem alerta no Paraná

Com a chegada do outono e o aumento das doenças respiratórias, a Secretaria Municipal de Saúde de Pato Branco está em alerta devido à baixa adesão da população à campanha de vacinação contra a gripe. Até o momento, apenas 39,8% dos grupos prioritários — que incluem idosos, crianças e gestantes — foram imunizados. A meta é atingir 90% de cobertura vacinal.

A preocupação das autoridades de saúde se intensifica diante do aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), especialmente entre crianças. De acordo com boletim recente da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SSesa, o estado registrou um aumento de 18,5% nos casos de SRAG em crianças menores de 12 anos em 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Entre crianças de 1 a 4 anos, o número de óbitos subiu 175%, passando de 4 para 11.

Além da circulação do vírus Influenza A, os especialistas agora alertam para a presença de uma nova cepa de Influenza B, que também está ativa neste início de temporada, e representa riscos significativos à saúde pública.

A vacina é segura e essencial

A enfermeira Luciane Bergamin, da rede municipal de saúde, reforça o apelo à população. “Quem ainda não se vacinou pode procurar qualquer unidade de saúde. A vacinação segue disponível para todos os públicos”, destaca. Ela lembra que a Sala de Vacinas Central funciona em horário estendido até as 20h toda primeira quarta-feira do mês, para facilitar o acesso de quem trabalha durante o dia.

Luciane também combate a desinformação, lembrando que a vacina não causa gripe, pois é feita com vírus inativado (morto). “Essa é uma das maiores mentiras que ainda circulam e colocam vidas em risco. A informação falsa, às vezes, é mais letal do que a própria doença”, alerta.

A secretária municipal de Saúde, Marcia Fernandes de Carvalho, relatou que os atendimentos por síndromes respiratórias na UPA, UBSs e nos hospitais de Pato Branco aumentaram significativamente nas últimas semanas, em especial na pediatria. “A rede de saúde de Pato Branco registrou nos últimos dias uma alta procura de pacientes com síndromes respiratórias. Mesmo trabalhando em capacidade máxima, a UPA tem recebido um alto número de pacientes.”

Marcia afirmou que há registro de falta de leitos de UTIs, tanto adulto como pediátricas, o que dificulta o tratamento. “Na UPA, a média de atendimentos na primeira quinzena do mês ficou superior a 520 pacientes por dia, sendo que diariamente cerca de 400 ficaram em observação. Por isso, é fundamental que a população também faça sua parte no cuidado com a própria saúde. A vacina é o melhor caminho para evitar complicações e reduzir internações e mortes”, reforça.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe pode evitar entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos relacionados à doença. O alerta é ainda mais relevante diante da circulação de outros vírus respiratórios como rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e SARS-CoV-2, que têm potencial de agravar o quadro clínico em pacientes vulneráveis.

Medidas de prevenção

Além da vacinação, a Secretaria de Saúde salienta práticas de prevenção, como:

•⁠ ⁠Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool 70%;
•⁠ ⁠Uso de lenços descartáveis e etiqueta respiratória (cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar);
•⁠ ⁠Evitar aglomerações, locais fechados e contato com pessoas doentes;
•⁠ ⁠Manter ambientes ventilados;
•⁠ ⁠Alimentação saudável e ingestão adequada de líquidos;
•⁠ ⁠Afastamento de atividades em caso de sintomas gripais.

Em caso de sinais de agravamento — como falta de ar, dor torácica ou saturação de oxigênio abaixo de 94% — a recomendação é buscar atendimento médico imediato.

Onde se vacinar?

A vacinação contra a gripe está disponível para toda a população nas Unidades Básicas de Saúde de Pato Branco e na Sala de Vacinas Central, sem necessidade de agendamento.

A Secretaria de Saúde reforça que todas as vacinas são seguras, eficazes e gratuitas. “Vacinar-se é um ato de proteção coletiva e responsabilidade com a saúde pública”, concluiu a secretária.