Pastor acusado de crimes sexuais realizava culto chamado “Vem Novinha”

Na última década, o Brasil tem sido palco de diversos escândalos envolvendo líderes religiosos acusados de condutas reprováveis, especialmente no que tange a crimes sexuais. Recentemente, um caso chocou a opinião pública e gerou intensa repercussão midiática: o do pastor Davi Passamani, fundador da igreja Casa, sediada em Goiânia (GO). O pastor foi preso sob a acusação de crimes sexuais, incluindo assédio e importunação sexual contra membros de sua congregação.

Um dos aspectos mais perturbadores desse caso é a revelação de que o pastor Passamani promovia cultos com temáticas controversas, como o infame “Vem Novinha”. Esta denominação de culto levanta sérias questões sobre a conduta do líder religioso e o ambiente que ele criava em sua igreja. Não apenas esse culto, mas também outros eventos organizados pela Casa, como o “Tinder” e o “Rei do Camarote”, demonstram uma abordagem questionável na tentativa de atrair jovens para a igreja.

Desde 2020, pelo menos três ex-membros da congregação denunciaram o pastor por assédio ou importunação sexual, resultando na condenação em um dos casos e na abertura de investigações em outros. Essas acusações lançaram uma sombra sobre a reputação do pastor e da igreja que ele liderava. Enquanto as vítimas buscavam justiça, a defesa de Passamani negava veementemente todas as acusações, alegando uma conspiração para desacreditá-lo e apropriar-se de seu patrimônio.

Um aspecto polêmico desse caso é a tentativa de justificar os cultos temáticos, como o “Vem Novinha”, como uma estratégia de evangelização voltada para os jovens. A então esposa de Passamani, pastora Giovanna Lovaglio, argumentou que o objetivo desses cultos era ressignificar temas da cultura jovem, atraindo assim os mais jovens para a igreja. No entanto, essa justificativa é amplamente contestada pela sociedade e pelas vítimas, que veem nesses eventos uma clara exploração e objetificação da juventude, em vez de uma abordagem genuína de evangelização.

O caso do pastor Davi Passamani e seus cultos temáticos levantam questões importantes sobre a responsabilidade dos líderes religiosos e o papel das igrejas na sociedade.