
O Governo do Paraná lançou o projeto-piloto de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES), que rastreia em tempo real vítimas de violência doméstica com medida protetiva e seus agressores. A iniciativa, ligada ao programa Mulher Segura, prevê celulares para as vítimas e tornozeleiras para os agressores. O investimento é de R$ 4,8 milhões, com início em Curitiba e expansão para Foz do Iguaçu e todo o estado em um ano.
O sistema emite alertas à vítima e às forças de segurança sempre que o agressor viola o raio de exclusão determinado pela Justiça, permitindo resposta imediata. A comunicação é feita por SMS, ligação, WhatsApp e chat, com dados integrados a uma central de monitoramento. A participação no programa é voluntária e depende de decisão judicial. O software e os centros de dados são fornecidos pela empresa Spacecomm.
A ação é coordenada pela Sesp com apoio da Semipi, TJPR, MPPR e polícias Civil, Militar e Penal. Em 10 anos, o Paraná registrou queda de 18,7% nos homicídios de mulheres, e com o novo sistema, o governo espera reduzir ainda mais os casos de feminicídio. Somente em 2024, 76 cidades com o programa registraram queda de 24% nas mortes.
Em abril, o estado também criou a primeira Câmara Criminal do Brasil especializada em violência contra a mulher. A expectativa é dar agilidade à análise dos mais de 12 mil processos abertos só em 2024. O programa Mulher Segura será expandido aos 399 municípios do Paraná ainda este ano.